Mozilla quer voltar às raízes do Firefox

Resumo

  • A Mozilla está se concentrando novamente no Firefox e quer introduzir recursos de IA para aprimorar o navegador.
  • Essa mudança na estratégia levou à demissão de cerca de 60 funcionários e à despriorização de projetos como a instância Mastodon da própria empresa e a VPN.
  • Embora o novo foco no Firefox possa ser promissor para os fãs, não está claro como a Mozilla pode monetizar o navegador sem depender excessivamente do Google.


A Mozilla é mais conhecida por seu Firefox gratuito e de código aberto, um dos muitos navegadores excelentes que existem. Em um mundo onde a participação de mercado do Firefox está diminuindo constantemente e depende do dinheiro do Google para se manter à tona, a empresa há muito procura diversificar sua receita com outros projetos paralelos, como o Pocket ou o Firefox Monitor. Com um novo CEO interino no comando, a Mozilla decidiu mudar sua estratégia novamente e aprimorar o que faz de melhor: focar no Firefox e adicionar um pouco de IA ao longo do caminho.


O novo foco no Firefox vem acompanhado de uma reestruturação interna que fará com que cerca de 60 funcionários percam o emprego, segundo memorando interno publicado pelo TechCrunch. Como trazer “IA confiável para o Firefox” é uma grande parte do plano, a Mozilla fundirá as equipes responsáveis ​​pelo Pocket, Content e AI/MI. Não está totalmente claro quais recursos de IA veremos no navegador e como eles se destacariam da multidão.


Os projetos que recebem os maiores sucessos na Mozilla incluem a instância Mastodon da própria empresa mozilla.social, seus projetos VPN, Relay e Online Footprint Scrubber e seus esforços em mundos 3D no estilo Metaverso. Este grande pivô na estratégia ocorre apenas uma semana depois que o CEO anterior da Mozilla, Mitchell Baker, deixou seu cargo. Ela é substituída por Laura Chambers, membro do conselho que assumiu o cargo de CEO interina.


O Firefox pode ter perdido continuamente participação de mercado nos últimos anos, então um novo foco nele faz sentido. No entanto, não está claro como a Mozilla pode monetizar o navegador de maneira confiável sem os serviços parcialmente pagos que o cercam. A Mozilla se mantém viva principalmente graças aos grandes pagamentos do Google por torná-lo o mecanismo de busca padrão. Além disso, a Mozilla vem tentando utilizar seus serviços para ser menos dependente do Google.

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O novo foco no navegador ainda pode significar boas notícias para os fãs do Firefox. Alguns projetos, como trazer de volta o suporte completo a extensões para Firefox no Android, demoraram muito mais do que muitas pessoas previram depois que a Mozilla reescreveu totalmente o código do navegador móvel em 2020. Isso pode significar que projetos como uma interface de tablet para Firefox no Android podem vir para fruição muito mais rápido do que isso. No entanto, com o Google e a Microsoft adicionando uma tonelada de recursos de IA aos seus respectivos navegadores, surge a questão se o pivô do Firefox para a mesma estratégia pode acabar sendo muito pouco, muito tarde.