O Google supostamente se uniu ao Meta para contornar suas próprias salvaguardas de exploração de anúncios para adolescentes

Resumo

  • A colaboração do Google com a Meta para promover o Instagram para adolescentes no YouTube explorou uma área cinzenta em suas próprias proteções de publicidade.
  • A campanha teve como alvo usuários rotulados como “desconhecidos” por uma métrica de idade, provavelmente menores de idade, levantando questões éticas.
  • Essa revelação pode levar a uma possível reação negativa dos reguladores, possivelmente resultando em novos processos por conluio anticompetitivo.




O Google já está em maus lençóis após ser rotulado como monopolista ilegal no mercado de mecanismos de busca e, para piorar a situação para a gigante da tecnologia sediada em Mountain View, Califórnia, agora está sendo investigada por supostamente ter elaborado planos com a Meta para promover o Instagram para adolescentes.

As duas empresas, que são rivais no espaço de publicidade online, ganharam com a campanha.

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A informação foi divulgada pelo The Financial Times (FT), que sugere que a campanha aproveitou uma área cinzenta no sistema de publicidade do Google. De acordo com a reportagem, o Google projetou uma campanha de anúncios no YouTube promovendo o Instagram do Meta, mirando especificamente um grupo de usuários rotulado como “desconhecido” na métrica de idade.

De acordo com a gigante da tecnologia, o grupo desconhecido “refere-se a pessoas cuja idade, gênero, status parental ou renda familiar não identificamos”. No entanto, de acordo com o relatório, o Google possui “milhares de pontos de dados” para chegar à conclusão de que uma grande maioria dos usuários no grupo desconhecido tem menos de 18 anos, 13-17 para ser específico. Também é aludido que a equipe do Google pode ter explorado conscientemente a brecha.


Priorizando os lucros em detrimento da ética

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As sementes para a campanha teriam sido plantadas no início de 2023, quando a Spark Foundry, que estava trabalhando em nome da Meta, abordou o Google sobre a campanha. Ela identificou seu público-alvo primário como “13 a 17” anos, conforme sugerido por e-mails obtidos vistos pelo FT. Alegadamente, a Meta estava enfrentando um declínio no engajamento do usuário entre usuários mais jovens no Instagram na época, provavelmente por causa do domínio do TikTok, e a campanha teria atraído os usuários de volta ao Instagram.

O Google, na época, já tinha salvaguardas em vigor para “impedir que categorias de anúncios sensíveis à idade fossem mostradas a adolescentes”, indicando que “bloquearia a segmentação de anúncios com base na idade, gênero ou interesses de pessoas menores de 18 anos”. No entanto, ao explorar o grupo demográfico “desconhecido”, ele sabia que os anúncios provavelmente chegariam ao grupo demográfico etário visado pelo Meta, e foi descrito como uma forma de “hackear” as salvaguardas em vigor. Para o Google, os benefícios da campanha parecem ser apenas monetários.


Considerando que a revelação ocorre em um momento em que o Google já está sendo investigado por suas práticas monopolistas, enquanto o Meta está em uma terra de problemas, é provável que os reguladores aproveitem a oportunidade para abrir um novo processo, provavelmente por conluio anticompetitivo, publicidade enganosa e, mais importante, por ter como alvo menores.