O DOJ quer desmembrar o Google, sugere dividir o Chrome e o Android

Principais conclusões

  • O DOJ propõe desmembrar o Google, limitar os contratos padrão de mecanismos de busca e compartilhar dados de busca para concorrência igualitária.
  • Sugere separar o Chrome e o Android.
  • O Google criticou as mudanças do DOJ, citando o potencial impacto negativo nos consumidores, nas empresas e na segurança.




Em agosto deste ano, o juiz do tribunal federal Amit P. Mehta decidiu que o Google era um monopolista ilegal devido às suas práticas anticompetitivas para dominar o mercado de motores de busca. Naquela época, o juiz Mehta não ofereceu uma solução para acabar com o monopólio do Google. Em vez disso, tanto o Google quanto o DOJ foram encarregados de propor soluções possíveis. O DOJ dos EUA agora compartilhou suas soluções propostas, que incluem desmembrar o Google e separar o Chrome e o Android.

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Em sua apresentação, o DOJ propõe “remédios comportamentais e estruturais que impediriam o Google de usar produtos como Chrome, Play e Android para aproveitar a pesquisa do Google e produtos e recursos relacionados à pesquisa do Google – incluindo pontos e recursos de acesso de pesquisa emergentes, como inteligência artificial – sobre rivais ou novos participantes.”

Também sugeriu limitar o mecanismo de busca padrão do Google, a pré-instalação e os acordos de divisão de receitas, uma vez que bloqueiam o acesso às principais fontes de distribuição para outros participantes menores. Documentos judiciais já revelaram que o Google pagou à Apple colossais US$ 20 bilhões em 2022 para ser o mecanismo de busca padrão do Safari.

Além disso, o DOJ deseja que o Google disponibilize seus dados de pesquisa, feeds e modelos para seus concorrentes por meio de APIs para garantir condições de concorrência equitativas. Além disso, deseja limitar a forma como o Google usa IA nos resultados de pesquisa, coletando conteúdo de terceiros. O DOJ propõe que os sites tenham a opção de cancelar as ferramentas de treinamento de IA da Pesquisa Google e outros recursos alimentados por IA.


O DOJ sugeriu mudanças mais abrangentes para os negócios de publicidade do Google. Você pode ler sua proposta completa aqui.


Google responde ao DOJ

O Google publicou uma postagem no blog respondendo às mudanças radicais sugeridas pelo DOJ e destacando como elas prejudicarão consumidores, empresas e desenvolvedores.

Na postagem, Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, afirma que separar o Chrome ou o Android iria quebrá-los e impactar negativamente os dispositivos e empresas que dependem deles. Isso também tornaria as duas plataformas inseguras, já que recursos como o Play Protect e o Safe Browsing do Chome dependem de vários serviços do Google para detecção de ameaças.


Mulholland também aponta que forçar o Google a compartilhar consultas e dados de pesquisa com seus concorrentes pode representar um sério risco de privacidade e segurança para os usuários. A empresa atualmente protege esses dados, mas se provedores terceirizados obtiverem acesso a eles, não há garantia de que não os usarão para criar perfis de usuários.

Quanto aos contratos de busca padrão do Google com empresas como Samsung e Apple, Mulholland diz que restrições desnecessárias a eles “criariam atrito para pessoas que desejam apenas pesquisar informações com facilidade”. Isto também afetaria negativamente as receitas dos fornecedores de smartphones, forçando-os a aumentar os preços dos seus telefones.

No entanto, não espere que nada aconteça com base nas sugestões do DOJ tão cedo. O Google confirmou que fornecerá uma resposta detalhada à proposta do DOJ no tribunal no próximo ano. Portanto, esta batalha jurídica provavelmente se arrastará por alguns anos.