Documentos judiciais mostram que pesquisas por ‘iPhone’ estão ajudando o Google a ganhar muito dinheiro

Resumo

  • Novos documentos judiciais sugerem que o Google pode ter lucrado com pesquisas relacionadas a iPhones, indicando potencialmente um acordo lucrativo com a Apple.
  • O Google já enfrentou processos antitruste anteriores, com alegações de redução da concorrência e uso de aquisições para controlar ferramentas de publicidade digital.
  • E-mails internos revelam que o Google prioriza seus próprios produtos e serviços, apoiando ainda mais alegações de comportamento anticompetitivo.


Em setembro de 2023, uma ação antitruste movida pelo Departamento de Justiça dos EUA levou o Google a tribunal, e o caso já está em andamento há mais de sete semanas. A gigante da tecnologia enfrenta acusações de fazer acordos com outras empresas para garantir que seu mecanismo de busca seja o padrão nos dispositivos. Entre as empresas com as quais o Google supostamente tem ligações está a Apple, e novos documentos judiciais do julgamento sugerem que ela está se mostrando lucrativa.

Em 1º de novembro, The Verge citou documentos do caso que sugeriam que consultas de pesquisa relacionadas ao iPhone podem ter ajudado o Google a arrecadar muito dinheiro. Especificamente, as informações apresentadas em tribunal datavam da semana de 22 de setembro de 2018. Durante este período, as duas principais consultas de pesquisa que geraram receitas – por ordem – foram “iphone” e “iphone 8 plus”. Embora não haja nenhuma prova definitiva de que a Apple e o Google tenham firmado um acordo para catapultar o “iphone”, o Google já havia instado as empresas a comprar espaço publicitário vinculado aos nomes de seus produtos e serviços. A ideia é que, ao fazer isso, as empresas possam reivindicar suas reivindicações e evitar que os concorrentes ocupem esses anúncios.

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O Google não é novo em ações judiciais antitruste. No início de 2023, vários estados, incluindo Califórnia, Nova Iorque e Tennessee, entraram com uma ação judicial acusando a empresa de reduzir a concorrência através de limitações à publicidade. Especificamente, o processo alegou que o Google usou “uma campanha sistemática para assumir o controle da ampla gama de ferramentas de alta tecnologia usadas por editores, anunciantes e corretores, para facilitar a publicidade digital”. Em sua defesa, o Google alegou que o Departamento de Justiça estava tentando “reescrever a história”, concentrando-se nas aquisições que haviam sido previamente aprovadas.

No entanto, não é segredo que a empresa está a conduzir os negócios no seu melhor interesse – e os documentos judiciais do julgamento atual que foram tornados públicos no final de outubro de 2023 provaram exatamente isso. E-mails internos recentemente revelados citaram Jim Kolotouros, vice-presidente de parcerias da plataforma Android do Google, dizendo que o Chrome existe para servir a pesquisa do Google. Isto apoiaria as alegações contra a empresa que alegam estar continuamente a tentar colocar os seus produtos e serviços acima dos concorrentes.

Com o Google detendo cerca de 90% da indústria de buscas, é difícil acreditar que não tenha tido uma ajudinha ao longo do caminho. Ainda não foi confirmado se a empresa tem laços reais com outras grandes entidades tecnológicas, como a Apple, que a estão ajudando a expulsar a concorrência. Dito isto, mais detalhes sobre até que ponto o Google foi para manter seu domínio provavelmente surgirão à medida que o teste avança.